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Blog da Eunice

terça-feira, 1 de maio de 2012

CAMPANHA VETA DILMA



Sou a favor de que a Dilma vete no Novo Código Florestal os pontos nocivos ou o texto inteiro aprovado pela câmara para que se retorne ao projeto do senado, que ficou bom e equilibrado. Portanto, peço que aqueles que estão na campanha pelo veto, fundamentem-se em fatos, não em mentiras. Vamos aos fatos:

1) A lei precisava ser mudada porque 90% dos agricultores estão irregulares por decretos, portarias e instruções normativas que descaracterizaram o Código original de 1965. Portanto, a legislação tal como está não protege a natureza, tampouco beneficia a agricultura e é em todos os sentidos impraticável.
2) O Código Florestal legisla apenas para áreas agrícolas, o que corresponde a 31% do território nacional. Parques florestais, reservas indígenas e áreas urbanas são contempladas em outras lei. Hoje o Brasil tem 61% de suas florestas preservadas, e portanto, não estamos vivendo um apocalipse ecológico. Porém, áreas sensíveis como o Cerrado e a Mata Atlântica são ameaçadas com a versão aprovada do Código, e por isso precisa ser vetado. A Amazônia ficou ainda mais protegida com a nova lei, e isto não se pode negar.
3) Precisamos tanto da floresta quanto da agricultura. Não podemos tratar o agricultor como criminoso por uma cultura de desmatamento milenar que foi implantada no país. Por mais que defendamos um novo modelo sustentável, precisamos criar mecanismos para educá-los de modo que lhe seja economicamente viável e ecologicamente sustentável. Respeitemos o direito do agricultor tanto quanto respeitamos os das florestas.

Em síntese, é necessário ter mais equilíbrio, menos paixão, menos desespero e se pautar por fatos e não por mentiras. Nas redes sociais, muitas vezes as pessoas repassam informações que são intencionalmente manipuladas, o que acaba tendo o efeito inverso de desacreditar as causas justas. Assim, as campanhas em defesa do meio-ambiente e do povo devem se pautar em verdades e fatos, em uma análise concreta da realidade.

THOMAS DE TOLEDO
Consultor e Professor de História Econômica e Relações Internacionais, Historiador pela FFLCH/USP, Mestre em Desenvolvimento Econômico pelo IE/Unicamp.

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