A Baixada Cuiabana, em especial Cuiabá e Várzea Grande, está “dormindo de toca”. A passividade tem limites, pois com a saída do secretário Extraordinário da Copa, Eder Moraes, ficou em aberto um filão de dinheiro para a realização das obras da Copa do Mundo em Cuiabá. E a coisa está sendo tratada no âmbito apenas da política, como se fosse uma crise na Secretaria de Educação, ou na Secretaria de Saúde, só como exemplo. Mas não se trata de nada disso: é uma secretaria especial que tem data para terminar.
Em um belo artigo de José Antonio Lemos dos Santos, que é arquiteto, urbanista e professor universitário em Cuiabá, ele explica com muita propriedade os motivos da queda do então secretário. E se não cuidarmos, daqui para frente cada um vai durar seis meses no máximo, uma vez que os projetos são pessoais e meramente políticos e politiqueiro.
Cadê a imprensa? Cadê os prefeitos de Cuiabá e Várzea Grande? Cadê as Câmaras de Vereadores destes dois municípios? Onde estão os deputados estaduais e federais que receberam os milhares de votos do povo cuiabano? Onde está o senador mais votado em Cuiabá? Onde estão os candidatos a candidatos a prefeitos destas duas cidades? Não falam, não perguntam, não defendem nossas cidades.
A troca de secretário da Secopa está sendo tratada no âmbito politico apenas. O que um cidadão politico carreirista que nem mora em Cuiabá tem a ver com as obras da Copa aqui? Depois ele volta para sua sede e deixa a dívida aqui. É isso? Por que o PR está enviando “listinha” de candidatos ao cargo? Será que estão pensando que seu partido é maior que Cuiabá? E o Governador? Como trata este assunto? Como se fosse política partidária?
Não cidadão! Estamos falando de uma secretaria especial, que não pode ser tratada apenas no âmbito politico. O secretário terá que ser de Cuiabá. Alguém que não pense em carreira politica, que não queira usar o dinheiro da dívida que vamos ter para impulsionar sua carreira política, nem alguém que está pensando nas rebarbas financeiras para incrementar seus próprios negócios. O dinheiro do povo é sagrado. Estamos em um mês de pagar os impostos, acordem gente!
O novo secretário terá de ser um profissional de carreira, engenheiro, técnico e etc. Alguém para gerenciar o dinheiro e as obras e não para politicar sobre o dinheiro público. O papel dos políticos deverá ser de fiscalizar, vistoriar e não de gerenciar. Os nossos políticos precisam tomar vergonha e assumir o papel para o qual pediram o voto do povo e receberam e foram eleitos. Chega de trampolim! O cara pede voto para ser deputado, elege e ai vira secretário? Porque então não pede de uma vez voto para ser secretário?
O novo secretário terá de ser alguém que ame Cuiabá. Alguém despreendido de desejos pessoais, alguém competente e honesto que dedique dois, apenas dois anos de sua vida, ao bem estar da sociedade. Alguém que tenha compromisso com o dinheiro público, alguém que tenha competência, princípios e moral para tocar obra de tal monta e depois, bem depois, volte para sua vida com a consciência tranquila e sem a pretensão de fazer carreira com o dinheiro dos outros.
A Secopa e o evento da Copa do Mundo podem ser um belo instrumento para projetar Cuiabá e o Estado de Mato Grosso para o mundo. Mas se deixarem levar como está, poderá ser um ralo faminto provedor de um rombo que iremos remoer pelos próximos 100 anos. Ou o povo acorda ou paga a conta. O problema é de quem está no poder, mas a escolha é sua, cidadão. Ou reage agora ou chora depois.
Prof. João Edisom escreve todas as quartas para o site No Poder.
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